Advogada de Eva

14/04/2015 22:37
Advogada de Eva
A história*(alegoria)  de Adão e Eva, como é contada por milênios, não dá vazão a um advogado para nossa personagem Eva. Ora, se na justiça do homem, tão falha, obriga que até o pior dos carrascos tenham  defesa, por que Deus que é infinitamente superior não permitiria?
É necessário ter coragem para se permitir entrar em confronto com uma interpretação tão calcificada na história.
Eva comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. A própria expressão é auto explicativa.  Não foi da árvore do mal, foi do conhecimento. Conhecer o que é bem e o que é mal nos permite poder escolher, nos dá a liberdade do livre arbítrio, Eva inaugurou o livre arbítrio e como consequência a consciência de si mesmo, tanto que logo em seguida colocou roupa, o que vai de encontro com o que para nos é moral, o nascimento do pudor que leva a moralidade é benéfico e não maléfico para viver em sociedade, o que me faz pensar que a interpretação que nos chegou é invertida do que seria a óbvia.
Costumo pensar em um exemplo para captar a essência da expressão “conhecimento do bem e do mal” que é seguinte história: um homem cria um filhote de leão, quando esse filhote cresce, ataca o homem matando-o. O leão pecou? Não, ele não tem ciência do que é bem e do que é mal, se soubesse, ele estaria pecando.
Nessa pequena história percebe-se que o leão não deixa de atacar enquanto na inocência, da mesma forma que o homem antes da consciência também não deixava de fazer qualquer atrocidade que lhe vinha a cabeça, era um animal com poder de raciocínio melhor, mas sem o poder de julgamento. Não éramos  bonzinhos e ficamos ruins depois, éramos os mesmo antes e depois só que com consciência da nossa maldade e da nossa bondade.
Com o exercício do livre arbítrio, o mundo ao nosso redor se tornou diferente e o que antes nos parecia um paraíso completo, agora nos parecia algo a ser domado e melhorado, inauguramos outra faceta da capacidade humana: a capacidade de evoluir e evoluir o nosso meio de acordo com nossa vontade. Isso também me parece muito bom.
Antes de nos distinguirmos do animal pela razão, pela capacidade de somar, de formular uma frase, antes de tudo, temos o livre arbítrio, e se esse dom nos foi dado pelas mãos de uma mulher, com certeza ela é a heroína da historia e não a vilã.
 
 
 Natália Verdial

 

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