Roda do ano - Sabbats

11/01/2021 21:46

Roda do ano – Sabbats

 

 

A roda do ano se refere a sequência anual de sabbats comemorados no meio neopagão e bruxistico.

O que existe hoje é uma coleção de festas de vários povos antigos como os celtas e nórdicos, resultando em um calendário organizado geral.

São 8 sabbats que ocorrem durante o ano, sendo 4 deles marcados pelas estações e 4 festas clássicas pagãs.

Nesse sentido de ciclo da natureza, devemos considerar uma lógica de: união, fertilidade, morte e renascimento das forças divinas, manifestando-se na natureza e sendo representadas pela Deusa e pelo Deus. Temos então:

1)    Samhain (31/10) – ano novo pagão

·         O Deus morre (mas permanece vivo no ventre da Deusa)

·         Festa dos mortos onde a divisão entre os dois mundos (vivos e mortos) se torna mais frágil

·         Período de sacrifício, reflexão e análise

·         Casa com a comemoração do que derivou o Halloween

 

2)    Yule (21/12)

·         Solstício de inverno

·         Deusa dá a luz ao novo Deus

·         O dia começa a aumentar

·         Fogueiras e velas

·         Casa com o Natal

 

3)    Imbolc ou Candlemas (02/02)

·         Assunção da virgem Deusa

·         Fertilidade contida (grãos)

·         Festa das tochas. Devoção a Deusa Brigith

·         Iniciações, autodedicações e purificações

 

4)    Ostara (21/03)

·         Equinócio da primavera

·         Exuberância da virgem e da natureza

·         Paquera e namoro do Deus e da Deusa

·         Plantar encantamentos e cuidar dos jardins

 

5)    Beltane (30/04)

·         União do Deus e da Deusa - fecundação

·         Paixão, desejo, consumação, virilidade

·         Uso do caldeirão

 

6)    Litha (21/06)

·         Solstício de verão

·         Casal divino fertiliza a natureza

·         Auge da fertilidade

·         Pular fogueiras, purificação, saúde e amor

·         Magias de todos os tipos

 

7)    Lammas ou Lughnasadh (01/08)

·         Deus começa a enfraquecer

·         1ª colheita

·         Festa do pão – fartura

 

8)    Mabon (21/09)

·         Equinócio de outono

·         Natureza retrocede

·         Deus se prepara para morrer

·         Conclusão da colheita

E assim recomeça o novo ciclo anual, voltando a Samhaim. Como todo o calendário tem origem europeia, ele está adaptado para as estações do ano no hemisfério norte.

Quando se está no hemisfério sul, como no Brasil, o bruxo ou pagão pode ter dificuldades de adequar o calendário dos sabbats as estações do ano, já que ocorre uma contradição de se comemorar uma estação, vivendo na prática outra, ou de se comemorar festas de abrangência mundial, como Beltane no mês contrário.

Seria como se os cristãos do hemisfério sul, tivessem que comemorar o Natal no inverno, para que fizesse sentido a simbologia dos pinheiros e da neve.

Então fica a pergunta: estando no hemisfério sul, deve-se considerar as estações, ou a egrégora mundial das festas? O que prevalece na consideração interna do bruxo ao celebrar os sabbats?

Assim surge duas rodas do ano, considerando-se as estações:

 

 

Porém, os bruxos e pagãos podem escolher várias formas alternativas de comemorar os sabbats, como por exemplo:

·         Rodas reconstrucionistas: relativas a determinados povos e épocas, como as celtas ou as greco-romanas;

 

·         Roda do Norte;

 

 

·         Roda do Sul;

 

·         Rodas mistas: estando no hemisfério sul, comemora-se os sabbats das estações, nas estações em que se está (Yule, Ostara, Litha e Mabon), e os demais sabbats, na egrégora mundial (Samhain, Beltane, Imbolc, Lammas);

 

 

·         Roda Híbrida: comemora-se a cada sabbats, o eixo que ela representam: Samhain – Beltane, Yule – Litha, Imbolc – Lammas e Ostara – Mabon.

 

·         Rodas geográficas: comemora-se com perspectiva local, por exemplo, no nordeste, em setembro se tem seca e associa-se a isso a morte do Deus;

 

 

·         Rodas ecléticas e livres: tem um aspecto universalista e homenageia Deuses de vários panteões. A cada sabbats escolhe-se um povo, então em um solstício o panteão asteca, no outro o celta, etc.

 

De qualquer forma, dentro do caminho iniciático da bruxaria, a passagem do ciclo anual, representa o desenvolvimento de ciclos pessoais, transformações, amadurecimentos e iniciações, que são reforçadas pelo caminhar do ciclo da natureza durante o ano.

Viver a roda do ano, seja de qualquer forma, também representa a conecção com o passado, com os Deuses e tem aspecto devocional em relação aos arquétipos divinos.

Eu pessoalmente acho mais lógico, para a perfeita comunhão com a natureza, estando no hemisfério sul, seguir a roda do sul, de forma inteira, já que toda a roda representa uma sequência de eventos contínuos.

Além disso, colocar elementos simbólicos do local em que se está (alimentos, plantas, etc.) e não apenas elementos europeus. Mas essa é somente a minha opinião pessoal, cada um deve fazer como seu coração mandar!

 

 

 Natália Verdial